Sexta, dia 26, partimos de Boa Vista às 7h na certeza de que encontraríamos boas estradas e logo entraríamos em território venezuelano. A Paisagem a partir deste ponto vai mudando para grandes áreas que se assemelham ao nosso cerrado e segue mudando até entrarmos nas savanas da Venezuela. Pois é, as estradas nem estão tão boas, já existem muitos buracos e irregularidades que preocupam. Tudo correu bem e chegamos a Pacaraima onde fizemos câmbio de moeda, R$ 1 = Bs 4,80, registramos nossa saída na PF e partimos para cruzar e linha fronteiriça entre os dois países.
Hora do primeiro abastecimento com a famosa gasolina venezuelana: “boa e barata”. Em um posto internacional que a Venezuela mantém naquela fronteira existia uma fila quilométrica de carros esperando abastecimento, e agora? Fomos avisados que motos podem furar a fila e lá fomos nós e nossas princesas: nós na expectativa do preço, as motos na expectativa da qualidade. Tudo como esperado, gasolina de ótima qualidade a R$ 0,50.
Em seguida tivemos que enfrentar a “burrocracia” desse país, perdemos quase 3 horas para termos em nossas mãos a tal “permission” exigida para tráfego de veículos brasileiros em território venezuelano. Confesso que isso me deixou um tanto triste e criou uma expectativa desestimuladora naquele momento. Já passava das 13h quando de fato reiniciamos nossa viagem. A chuva nos persegue desde Manaus e mesmo assim o calor é terrível. Saímos de Santa Helena e começamos a subida para “La Gran Sabana”, uma região linda e cheia de rios e cachoeiras.
Passamos um posto de controle do exército e não carimbamos a tal “permission”, resultado dali a 9km a polícia nos manda voltar para que o carimbo seja colocado. E tome chuva.
Cachoeira de Kama Meru
O Monte Roraima está atrás da névoa e do arco-iris
Paramos para abastecer em San Izidro e veio nova surpresa: no interior do país aquela gasolina maravilhosa, de 95 octanas, custa Bs 0,097 = R$ 0,02. Minha moto pegou Bs 0,82 e o bombeiro simplesmente dispensou. Gente, gasolina de graça! Novamente nesse posto a fila era imensa e furamos a fila, claro, com autorização do exército que é o responsável pela organização das filas. Finalmente, já à noite, fomos dormir numa cidade por nome Tumeremo e nos hospedamos em um hotel de -5 estrelas. O banheiro não tinha luz nem porta, as toalhas não enxugavam nada, o ar-condicionado não funcionava e ainda tivemos que subir 3 longos lances de degraus.
Sábado, dia 27. A rotina de sempre: acordar cedo e partir. Embora a qualidade do hotel fosse das piores o cansaço nos permitiu dormir e descansar. Nos abastecimentos seguintes já não tínhamos surpresas, notamos entretanto que as filas sumiram. Em Ciudad Guayana tivemos o primeiro contato com o trânsito das grandes cidades desse país, um caos a la Cairo ou índia. Tanto eu como Wyle concordamos que os motoristas daqui são um pouquinho mais educados que os do nosso país.
Ponte sobre o rio Orinoco construída pela Andrade Gutierrez
Depois de nos livrarmos do trânsito resolvemos ir dormir em Puerto La Cruz, porta de entrada para o Mar do Caribe e principal acesso para as Ilhas Marguerita. Já bem relaxado descuidei e quase senti o gosto de uma “pane seca em minha moto”. A placa dizia 119km para El Tigre, o próximo abastecimento, e o computador dizia, só temos gasolina para 85km. Diminuímos a velocidade para uma maior economia até que uma placa avisou: faltam 45km e o computador respondeu: só dá para 33km. Então apareceu uma borracharia, parei e pedi 2 litros de gasolina. Fui prontamente atendido e o senhor não quis receber pelo combustível. Aaté o povo distribui gasolina de graça!
Chegamos a Puerto La Cruz e guiados pelo GPS do Wyle, já que o meu morreu, nos hospedamos em um bom hotel para compensar o da noite anterior.
mé que pode, cada vez mais fico com raiva do brasil ...
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