sábado, 1 de outubro de 2011

UMA EMA COLOCA EMOÇÃO EM NOSSO DIA

Dia 29-09. Saímos  da Toca da Arara às 7 e fomos escoltados pelo amigo Papalégua até uns 15 quilômetros fora da cidade de Porto Velho, ali paramos, nos despedimos e ficou a certeza de termos deixado ali um bom amigo e que ainda nos veremos muitas vezes. A viagem transcorreu tranqüila e cruzamos as maiores cidades do estado de Rondônia, como Ariquemes, Ji Paraná , Cacoal e Pimenta Bueno até chegarmos a Vilhena, cidade na fronteira com Mato Grosso e onde pretendíamos pernoitar. Ao chegarmos ligamos para o telefone do Toto, dado por Papalégua, e ele confirmou a reserva de um hotel típico para motociclista, bom e barato. Mais tarde, quando saiu do trabalho, ele veio ao nosso encontro e depois nos levou para jantarmos. Não pode permanecer muito tempo conosco devido a uma reunião de trabalho mas mesmo assim deixou uma boa impressão e nos prestou um grande serviço. Obrigado Toto.  
Na saída do hotel em Vilhena
Dia 30-09. Logo na saída de Vilhena fomos abordados pela polícia federal e creio que nos acharam com cara de traficantes, pois nos fizeram abrir até o porta ferramentas que levo preso ao protetor de motor. Tinha uma policial, loura, feia e com cara de mal amada, que fez questão de inspecionar pessoalmente o meu porta ferramentas. Os policiais que a acompanhavam e visivelmente seus comandados, ficaram meio envergonhados e puxavam conversa sobre nossas motos e a viagem como que tentando minimizar o fato. Mas não foi isso que moeu nosso juízo nesse dia e sim o sol. O sol nos acompanhou durante todo o dia e parecia que ia nos cozinhar, há muito tempo eu não me sentia tão cansado depois de apenas 700 km percorridos. Enfim chegamos a Cuiabá e fomos recebidos por outro amigo do Papalégua, o Véio. Quando ligamos para ele prontamente nos orientou como terminar de chegar depois foi lá e nos levou direto para sua casa. Novamente fomos recebidos por uma família maravilhosa e jamais vamos esquecer o carinho e a atenção que tiveram para conosco. O Véio e sua esposa, a Veinha, são extremamente populares na cidade e logo que chegamos ali vários motociclistas vieram nos conhecer e comer as deliciosas panquecas que Veinha fez.
Na casa do Véio, com os amigos motociclistas
O Véio é o do colete aberto e a Veinha é a de blusa azul
Dia 01-10. Hoje era pra ser um dia sem surpresas, somente muito asfalto pela frente. Desde a saída de Cuiabá que enfrentamos um trânsito pesado, principalmente de caminhões, logo, logo os automóveis foram diminuindo e os caminhões aumentando e eu tive que enfrentar na estrada a maior quantidade de carretas que já vi até hoje. Com paciência e cuidado fomos vencendo esse obstáculo que se estendeu por 220 km, até a cidade de Rondonópolis, a partir dali eles se dividiram e aliviaram o nosso sufoco. Nesse trecho da estrada está a subida da serra onde encontramos os maiores campos cultiváveis que já vi, tão grandes que fazem o cerrado da região de Barreiras parecerem apenas uma roça. Avistei também grandes bandos de emas que vivem soltas no cerrado e grandes criações de avestruzes. Já no Mato Grosso do sul uma ema me fez ver e participar de uma cena no mínimo inusitada e que me deixou muito impressionado até agora. Quando pilotava tranquilamente pela excelente  rodovia que nos leva a Campo Grande, por volta das 14h, com velocidade em torno dos 120 km/h, avisto bem perto de mim uma ema com seus filhotes iniciando a travessia da rodovia. Numa reação instintiva freei as duas rodas da BM com toda força para evitar o choque, bendito ABS que evitou que as rodas travassem, mas cheguei bem próximo da família invasora da pista. Veio então a cena. Quando a moto foi parando próxima às aves a ema ao invés de correr aprontou-se para enfrentar a mim e moto em defesa dos seus filhotes. Dobrou os joelhos, abriu as asas e o bico e marchou para cima daquele objeto que ameaçava seus filhotes, até perceber que não era uma boa e recuasse para o lado exatamente no momento em que Wyle ia passando. Wyle carregou a ema no protetor de motor de sua moto e se não fosse um bom piloto teria perdido o controle da motocicleta, e eu ali parado assistindo a tudo. A ema ainda ficou se arrastando mas com certeza morreu e deixou seus filhotes que imagino não conseguirão sobreviver. Depois de me certificar que Wyle e sua moto estavam bem continuamos a viagem, mas a cena ainda teima em ficar se repetindo na frente dos meus olhos. Vai ser difícil esquecer aquela ema em posição de luta para enfrentar uma moto e seu condutor em defesa de sua prole. Amanhã, com a bênção do Pai, pretendemos dormir em Sorocaba.
A foto desta placa é em homenagem ao meu amigo Domingos

2 comentários:

  1. Vero quanta aventura! Também fiquei com pena dos filhotes da ema. Mas, agora a atencao redobrada nas estradas, alem do trAnsito as pessimas condições das estradas. Realmente o mais importante e que vc estão curtindo bastante essa viagem. Que Deus os acompanhem de volta ao Piauí. Fatima não consegue postar comentários o Google pede para criar um blog. Ela manda vários Bjos. Estamos com saudades do amigo.
    Bjos

    Jane

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  2. Eita Que tá quase chegando em casa ... Em dezembro será nossa vez ...

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