Dia 26-09. Quando fomos tomar café no hotel soubemos que o amigo Ruba estava com um desarranjo intestinal, portanto ele e o Fernando sairiam um pouco mais tarde, depois que a sua situação se estabilizasse e combinamos nos reencontrarmos na estrada ou em Rio Branco. Quando tomávamos o café, na mesa ao lado, estavam dois casais e os cumprimentamos com “Buenos dias” mas logo descobrimos que eram brasileiros e naturalmente fluiu uma conversa animada, dessa forma descobrimos que o casal José Alberto e Beth eram proprietários de um hotel em Rio Branco e também voltavam de Cuzco. As coisas aconteciam naturalmente e a nosso favor, pois ainda não tínhamos hotel definido para aquela cidade. Partimos antes de todos e cruzamos a fronteira Peru-Brasil de forma tranqüila onde tiramos algumas fotos diante das placas que identificam o local. Cruzar a fronteira de volta ao Brasil é uma sensação maravilhosa e naquele momento agradeci a Deus em voz alta e fiz uma oração por este momento tão maravilhoso que Ele nos propiciou
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Detalhe da placa da foto anterior |
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Com o coração feliz pela volta ao Brasil |
Ao chegarmos em RB nos hospedamos no hotel Maju e fomos dar uma volta pela cidade e comermos alguma coisa. Até o momento em que saímos nem os companheiros Fernando e Ruba e nem o casal dono do hotel haviam chegado. No centro fizemos algumas fotos e logo voltamos para descansar e nos prepararmos para o dia seguinte.
Já nos encontrávamos em nossos aposentos quando o José Alberto ligou e nos convidou para comermos uma picanha na sua casa, foi um dos pontos altos da nossa viagem, pois nos sentimos muito valorizados. Sermos recebidos por aquela família simpática na privacidade do seu lar foi um ato de confiança dessa família para conosco, por isso deixo aqui o nosso agradecimento ao casal José Alberto e Beth e à sua filha Juliana e seu esposo, que Deus abençoe suas vidas. Infelizmente a foto a seguir só mostra José Alberto e Juliana, foto tirada na porta do hotel na hora da nossa partia.
Dia 27-09. Até o momento não tivemos mais notícias dos amigos Fernando e Ruba, desejamos que tudo tenha corrido bem para eles e que estejam fazendo sua viagem de volta em paz e sob a proteção do Pai. Saímos de RB debaixo de chuva, a maior até agora na viagem, e fizemos a travessia do rio Madeira por volta do meio-dia, ali ainda não existe ponte e ela é feita em balsas. O rio Madeira representa a metade da viagem até Porto Velho e logo deduzimos que chegaríamos cedo ao destino, não tínhamos ideia do que nos esperava. Logo depois da travessia chegamos a uma localidade chamada Abunã, local onde existem alguns vestígios da ferrovia Madeira Mamoré. Quando estávamos tirando umas fotografias no local alguns militares, entre eles o Coronel Barbosa, se aproximaram para conversar e foi um papo muito bom, todos queriam saber de nossas motos e nossa viagem. Deixamos aqui o nosso abraço a todos na pessoa do Coronel Barbosa que se confessou um amante das motos e que quando se reformar pretende fazer viagens como a nossa.
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Querendo pegar o trem da Madeira Mamoré |
A seguir veio o maior desafio nas estradas por onde passamos, 24 km de lama escorregadia e muito sufoco. Essa parte da estrada está sendo elevada por causa da hidrelétrica de Jirau e ela está sendo reconstruída, o nosso azar foi a chuva que caiu mais cedo e transformou o trecho em obras em um lamaçal muito complicado de se atravessar. Sinceramente não sei quanto tempo levamos pra atravessar esse lamaçal vermelho, mas em alguns momentos tive que pedir a ajuda e a proteção de Deus, pois as motos não tinham firmeza na tração e o trânsito intenso de carros e caminhões complicavam a nossa situação e jogavam lama sobre nós. As fotos podem traduzir um pouco do que passamos.
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Aquele lá é o Wyle |
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Olha a situação em que ficou minha princesa. |
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Parece a transamazônica |
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Wyle depois de uma derrapada, somente o susto |
Por volta das 17h chegamos a Porto Velho e fomos recebidos pelo casal Ronivaldo e Shirley (Papalégua e Lorão), pessoas maravilhosas que ao invés de nos levar para um hotel nos colocaram dentro de sua casa e prestaram toda assistência de que necessitávamos depois do sufoco da estrada. A primeira providência foi uma lavagem geral das motos, o que foi feito com a maior presteza e sem nos custar um centavo. Depois Lorão foi para a cozinha e nos preparou um delicioso jantar, a seguir muita conversa e descanso.
Dia 28-09. Decidimos não viajar hoje até Vilhena, pois precisávamos fazer alguns ajustes nas motos. Papalégua e Lorão foram personagens indispensáveis desse dia em PV, um na parte técnica e o outro na parte turística. Passamos o dia providenciando os acertos das motos e passeando. Papalégua já providenciou o nosso recebimento quando passarmos por Vilhena e Cuiabá e cuida da gente como se fôssemos amigos a séculos. Fomos apresentados a muitos motociclistas de PV e cada um queria nos ajudar de alguma forma, inclusive um piauiense de Fronteiras, conhecido como Lampião. Para não cometer injustiças não vou relacionar o nome dessas pessoas mas deixo aqui o nosso agradecimento pelo que fizeram ou se ofereceram para fazer por nós ou simplesmente por terem aparecido para nos dar um aperto de mão. Papalégua e Lorão, vocês são nota 10.
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Com Carlinho, no seu restaurante, onde comemos um delicioso peixe. |
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Passeando com Lorão |
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Rio Madeira |
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Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Olha eu lá na janelinha |
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Com Lorão e a bandeira do moto grupo |
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Com Lorão e Papalégua. |