sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ADEUS À COLÔMBIA E OLÁ EQUADOR COM MUITO SUFOCO

Dia 07-09. Acordamos às 5 para sairmos às 6 e fugirmos dos engarrafamentos  de Bogotá, nosso objetivo nesse dia era desviar de Cali e dormirmos numa cidade chamada Popayan que fica mais próxima da fronteira com o Equador. Concluímos que seria um dia fácil, pois 600 km se faz normalmente em 8h. SERIIIIIIIIIIIIIIA! O planejamento começou a furar quando saímos 5:45, portanto antes do previsto, e mesmo assim pegamos 1h de engarrafamento. Vencido o engarrafamento e as primeiras sequências de curvas, em subida e descida, entramos em um vale no meio da cordilheira e andamos em torno de 1,5h em estradas que classifico como normais. A Alegria durou pouco. Começamos novamente a subir a cordilheira, desta vez até sua “cacunda”, e depois a descer até o mesmo nível de antes. Só para vocês terem uma ideia do que aconteceu, às 13h quando paramos em Calarca, para abastecermos as motos e comer alguma coisa, havíamos percorrido menos de 300 km. A cordilheira com suas curvas em subida e descida, o trânsito de caminhões, e os trechos em obra nos levam a praticar uma pilotagem cansativa, tensa e perigosa. Tentar descrever o que nós vivemos nesse dia é uma coisa impossível, só vivenciando para acreditar. Diante das situações que passamos lugares como Serra do Rio do Rastro, Serra de Guaramiranga, entre outras parecem pista para criança brincar de velocípede. Quando finalmente descemos a cordilheira pela segunda vez nesse dia entramos em um vale onde meus tempos de Pernambuco afloraram na minha memória, nesse momento estávamos cruzando campos extensos de cana-de-açúcar.  Somente às 20h chegamos ao destino, depois de termos percorrido apenas  579km em 14 horas de viagem. A coisa foi tão difícil que não tiramos nenhuma foto das belezas naturais que nos rodeavam em curva desta espetacular cordilheira. Viajar no topo dessa cordilheira é como montar um touro bravo, você nunca sabe o próximo movimento mas tem que estar preparado para o que der vier.
Dia 08-09. Novamente decidimos sair bem cedo, 5h, para chegarmos cedo à fronteira. A noite de sono foi reparadora e acordamos dispostos e em condições de enfrentarmos  algumas dificuldades inerentes ao percurso, mas o que veio a seguir foi um verdadeiro massacre. Saímos ainda sem luz natural e debaixo de chuva, e logo se juntaram ela nevoeiro, estradas estragadas pelas chuvas, lama e muito caminhões na pista. Foi de arrepiar e a cordilheira sempre a nos desafiar. Novamente subimos em sua “cacunda” duas vezes. As curvas e o sobe e desce não mudaram, o que mudou foi a estrada pois pegamos alguns trechos bem esburacados e irregulares. Hoje parei 2 vezes para algumas fotografias rápidas. Na realidade as fotos são incapazes de revelarem a beleza desta viagem, a cordilheira precisa de uma visão bem mais ampla que somente nossos olhos são capazes de nos dar. Apesar de todas as dificuldades agradeço a Deus toda hora pela oportunidade de me permitir esta aventura maravilhosa.
Chegamos à fronteira às 13:30h e só nos livramos dos trâmites legais às 16:30h. Fomos informados que daqui até Quito são 240km de estradas muito boas. As estradas realmente tem asfalto perfeito, sinalização eficiente, fiscalização e beleza, mas por outro lado as curvas, subidas e descidas continuam. Resultado disso tudo: Não chegamos a Quito, paramos para dormir numa cidade chamada Ibarra, a 120km antes do nosso destino para este dia. Agora vou dormir que amanhã  é dia de enfrentar novamente a nossa amiga cordilheira. Uma boa noite a todos e fiquem com Deus.
Dia 09-09. Dormimos em um bom hotel e saímos às 7h com destino à capital. Vocês podem até reclamar de que sou repetitivo ao ficar falando da cordilheira a todo momento, mas não dá para parar de falar nela enquanto não descermos de sua “cacunda”, e isto ainda vai demorar um pouco pois desceremos e voltaremos a subir tanto aqui como no Peru e na Bolívia. A estrada é aquela beleza mas com velocidade controlada em 80/90km/h, um desperdício. Dia nublado com alguns chuviscos e trânsito relativamente pequeno. Começamos hoje a avistar os primeiros picos nevados, sempre um colírio para os olhos,os quais devem ser os diversos vulcões existentes na região. Ao nos aproximarmos de Quito tome trânsito pesado e juntos com ele, bendito GPS, fomos direto para um lugar que eles chamam de “la mitad del mundo” que é a marcação da linha imaginária do equador que deu origem ao nome desse país que aqui se escreve Ecuador. Pela roupa vocês podem ver que o tempo anda meio frio por aqui, nestes últimos dias temos viajado debaixo de temperaturas entre 9 e 12 graus quando estamos no lombo do boi bravo.
De um lado do monumento norte do outro sul
Eu estou no hemisfério norte e Wyle no sul
Meu capacete divide a terra em dois hemisférios
Metade no norte e metade no sul
Hora de procurar hotel. Que sufoco! Perdemos um tempão rodando pelo centro dessa cidade e não foi fácil, mas tudo ficou resolvido quando um taxista nos ajudou e nos levou até a porta do hotel Tambo Real e aqui estamos confortavelmente instalados.  Deixamos as motos no hotel e fomos de taxi ao centro histórico para passearmos e comermos.
Amanhã é dia de seguirmos para Guayaquil, a maior cidade desse país, e em seguida Peru. Deixo a todos o meu abraço e peço que nos incluam em suas orações. A viagem é repleta de dificuldades, mas nunca pensamos ao contrário e continuamos firmes para a conclusão de nosso roteiro. Que Deus nos proteja e ajude a voltarmos para as nossas famílias e para a companhia dos nossos amigos e companheiros. Domingos e Rochinha, vocês são as peças que estão faltando nesse jogo, as diversas situações vividas me levam constantemente a momentos vividos com vocês nas nossas viagens. O meu abraço fraterno para vocês.

2 comentários:

  1. Baita Abraço Vero e Willy, coninuamos aqui, apreciando o blog e viajando com vcs...

    Economizando pneu em garotos... só fazendo curvinha....hahahahha

    Que Deus siga iluminando os caminhos de vcs..

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  2. Vero pelas fotos achei a cidade de Lima bastante agradável e bonita. Portanto, garotos apreciem as paisagens deslumbrantes que surgem durante a viagem. Estou viajando com vcs, e que Deus continue iluminando os caminhos de vcs. Fatima manda Bjos, pois não conseguindo postar comentários.

    Bjos
    Jane

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