Dia 17-09. Tomamos uma das decisões mais certas da viagem: sair o mais cedo possível de Lima. Como prêmio ganhamos uma saída quase sem trânsito, o que me deixou muito feliz. Já saímos debaixo de garoa e tempo fechado, isso durou praticamente o dia inteiro, o sol nos mostrou seu olhão somente por alguns instantes. Desde que saímos de Trujillo a cor predominante do espaço a nossa volta é cinza, a qualquer hora do dia, o que dificulta a tomada de fotos. A paisagem também é quase sempre a mesma, a não ser nas cidades e povoações de beira de estrada: Oceano Pacífico de um lado e deserto e montanha do outro.
Tudo cinza
De um lado o oceano, do outro...
as montanhas e o deserto.
Independe das paisagens continuamos a cortar asfakto.
Wyle firme na nossa jornada
No meio do deserto o verde da irrigaço. Onde se escondeu o til?
A carretera panamericana já não é tão boa, embora não tenha buracos, apresenta bastante irregularidades devido a remendos e asfalto já muito velho. As nossas velhas e conhecidas curvas voltaram a nos acompanhar e exigir muita atenção principalmente com o agravante do asfalto irregular. O vento também soprou forte e gelado, em duas oportunidades quase me coloca fora da pista exatamente no momento em fazia curvas que aqui eles chamam de “voltear em U”, creio que o nome já dê uma ideia do tipo de manobra. Tínhamos planejado dormir em Camaná, mas quando chegamos em Chala, às 16h, cansados e debaixo de um vento muito frio, resolvemos dormir ali mesmo, 200 km antes do previsto. Ficamos em um hostal muito simples de beira de estrada mas não podíamos imaginar que o dito cujo não tinha nem água aquecida e isso nos fez sócios do clube dos dorme sujo, não teve outro jeito, a água estava muito fria.
Dia 18-09. Dormimos que nem gato de hotel, mas saímos no horário de sempre 7h. O sol demorou um pouco para dar as caras e com isso o vento estava gelado. Wyle já aderiu às roupas de frio desde Lima. A viagem até Camaná nos exigiu bastante tendo em vista que todo o trecho é de curvas que vão acompanhando as falésias da costa do Pacífico, tivemos que voltar a economizar a banda de rodagem dos pneus e utilizar as laterais, já estamos ficando acostumados. Fazer aquelas curvas tendo sempre do lado direito precipícios que podiam ter até 200 m de altura às vezes nos deixavam tontos.
Frio, cinza e gelado.
Depois de Camaná começamos a subida da cordilheira. Olha nós outra vez em cima dessa maravilha da natureza. Quando começamos a subir muitas curvas e a temperatura foi baixando, mas logo que chegamos em um altiplano onde rodamos em retas a perder de vista o sol bateu forte e a temperatura subiu tanto que exigiu a diminuição das roupas. Nunca pensei senti r tanto calor naquela altitude, até parecia que estava no meu Piauí. Em seguida um momento muito especial da viagem, encontramos quatro brasileiros viajando de moto como nós, com um detalhe, dois deles estão vindo do Alaska e vão até Ushuaia, Renato Lopes e Edson. Que inveja boa eu senti, meu sonho de consumo bem ali na minha frente. Os outros dois, Marcos e Sérgio, são do Rio de Janeiro e estão vindo de New York, onde compraram as motos que estão usando. Depois de algumas conversas tivemos que nos separarmos, pois eles seguiam para Tacna e nós para Arequipa.
O vulcao ao fundo é em Arequipa.
Com os companheiros motociclistas brasileiros.
Estou encantado com Arequipa, uma cidade limpa organizada e bonita. Depois de nossa chegada ainda tivemos tempo para dar um passeio pelo centro histórico da cidade e almoçar. Ficaremos aqui amanhã e depois seguiremos para Puno, às margens do lago Titicaca. Aqui ultrapassamos a barreira dos 10.000 km e também terminamos a nossa descida em direção ao sul, a partir de agora voltamos em direção ao norte e leste até o Acre.
Uma rua em Arequipa.
A praça de armas.
O portal de uma igreja.
A primeira janela do primeiro andar foi onde almoçamos, olhando para a praça de armas.
Picos e vulcoes em torno de Arequipa.
Anoitecer sobre Arequipa.
A aventura continua muito legal. Que bom que seu companheiro melhorou. Abraço a ambos!
ResponderExcluirAmigos aventureiros, que bom que já estão em CUZCO, aos pés de seu objetivo!!!!
ResponderExcluirSucesso em mais esta jornada e voltem logo para rever os amigos daqui de Manaus ok
abraço
Clark