quinta-feira, 1 de setembro de 2011

UM DIA PARA NÃO SER ESQUECIDO

Terça, dia 30. Esse foi o dia mais complicado da nossa viagem, até aqui. Acordamos muito cedo e nos preparamos para sair antes das 7h, tendo em vista a previsão de tráfego pesado e confuso. Conseguimos sair na hora prevista, mas não fugimos da confusão do trânsito local, felizmente para nós a muvuca era maior no fluxo contrário. Pilotamos por mais de 300km num vale entre duas cadeias montanhosas que havia começado antes de chegarmos a Caracas. Trânsito pesado com estrada alternando trechos ótimos, bons e esburacados. Muitos quebra-molas e policiamento atrasavam o ritmo da viagem e o calor nos castigava sem piedade quando atravessávamos as cidades em baixa velocidade e enfrentávamos até engarrafamentos, pois os baús não nos permitem usar os corredores. Ficávamos somente olhando os nativos a passar em movimentos muitas vezes imprudentes e arriscados. O primeiro problema surgiu depois que passamos por uma cidade chamada Barquisimeto e demos de cara com um engarrafamento de muitos quilômetros de caminhões a nossa frente, logo ficamos sabendo que havia uma manifestação/protesto impedindo o fluxo de veículos. O que fazer? Tentar os corredores irregulares devido ao posicionamento diverso dos veículos ou aguardar debaixo de um sol escaldante?
Aconteceu nosso primeiro erro de avaliação. Os baús do Wyle são mais largos que os meus, em conseqüência, ao passar entre dois caminhões o mesmo raspou o baú em um pneu e lá se foi a sua mala. Felizmente não ocorreu nada com ele ou moto, somente o bauleto que quebrou uma parte do suporte, nada que uma cinta e criatividade não resolvessem. Desfeito o engarrafamento seguíamos firmes para Maracaibo, tudo em perfeita ordem até um dos famosos V8 da Venezuela me fechar a via do lado esquerdo  e me forçar a enfrentar os meus já famosos buracos. Quando se fala V8 pensamos logo em Ferraris, BMW, Mercedes, entre outros. Mas não na Venezuela, aqui V8 significa o lixo do automobilismo americano, como mostram as fotos a seguir.
Existem aqui aos milhares e a impressão que dá é que todos vieram parar neste país. O buraco não era grande, porém fundo e beiçudo. E daí? Daí que as duas rodas da BM quase quebraram e ficaram em condições precárias para chegar até a próxima cidade, El Venado. Para terem uma idéia, entre a roda dianteira e o pneu, eu conseguia colocar o dedo e tocar a câmara de ar. Agradeço a Deus por não ter acontecido algo mais grave em relação a acidente ou danos mais graves à moto. El Venado é uma cidade de beira de estrada muito pequena, não tínhamos esperanças de achar quem fizesse o concerto das rodas e do baú. Bateu uma saudade do Jean lá de Boa Vista. QUEM TEM DEUS COMO PROTETOR NÃO TEM O QUE TEMER, APENAS CONFIAR. Não deu outra: ao pararmos em uma lanchonete na saída da cidade encontramos um jovem que era vigilante do local e o mesmo se prontificou a nos ajudar, pediu para sair um pouco, fez alguns contatos e depois nos levou até uma oficina. Até aquele momento tinha dúvidas sobre o que poderia ser feito. Vou resumir: as duas rodas e o baú foram consertados rapidamente, as marretadas que foram dadas nas rodas da minha moto preferi não ver, temia danos maiores do que os já existentes. Dali saímos direto para uma pousada num posto de gasolina local e pudemos descansar, foi uma noite de sono que nos deu alívio e se transformou em uma carga de energia para o dia seguinte.
Quarta, dia 31. Sem pressa, partimos para Maracaibo, onde resolvemos passar o dia e dormir. Viajamos debaixo das mesmas condições anteriores, mas de forma tranqüila, desta vez prestei mais atenção nos buracos da estrada. Quando entramos na autopista fui parado por um policial, pensei lá vem bronca. Nada, queria conversar sobre a viagem e a moto e os outros dois que estavam na blitz também largaram os carros que passavam e vieram para o bate-papo. Ao pararmos em um semáforo já dentro de Maracaibo, uma cidade grande e rica, aqui começou a exploração e produção do petróleo venezuelano, dois policiais em uma motocicleta vieram até Wyle. Ficaram conversando  e pela gesticulação achei que estavam pedindo para Wyle tirar a bala-clava, mas no sinal seguinte, quando me emparelhei com ele, disse-me que o policial queria apenas saber onde comprar uma igual para ele. Depois de sofrer muito com o calor em busca de um hotel fomos aceitos no terceiro, hotel Caribe, simples mas com tudo que um motociclista precisa, menos internet. Também em El Venado não tivemos acesso a esse recurso tecnológico. Vale salientar que quando estávamos em dificuldade para encontrar o primeiro dos hoteis , em virtude de uma rua interrompida para trabalhos de conservaçum senhor veio do nada e sem pedíssemos nos conduziu até o caminho correto. Deus manda seus anjos a qualquer lugar e da forma mais inesperada. O GPS tem sido fundamental para a nossa navegação e localização dos pontos desejados em cada cidade que chegamos e. O Wyle tem feito este trabalho com muita eficiência. Depois de devidamente hospedados saímos para passear e conhecer um pouco da cidade.

Para voltar do passeio pela margem do Lago de Maracaibo pegamos um taxi e aí conhecemos um sujeito gente boa que nos levou para jantar e dar umas voltas pelas ruas da cidade. O Javier também adora motos e atualmente tem uma R1. Esperamos um dia poder retribuir o que ele fez por nós.  
Um abraço a todos e até um acesso à internet.

2 comentários:

  1. Realmente vcs sao corajosos e tranqüilos para encarar uma aventura dessas, que Deus iluminem os caminhos e tragam vcs de volta. Vero o importante e que vc esta adorando, apesar das adversidades. Somente um lembrete, vc que gosta de aves acima de 12kg, recomendo acima de 60kg já que em outro pais.
    Bjos

    Jane

    ResponderExcluir
  2. Our prime beneficial 카지노사이트 casinos you must max wager, on-line casinos offer lucrative bonuses so you can get free cash to wager on prime slots and table games

    ResponderExcluir