Dia 03-09. O que era para ser um dia tranqüilo, só de pilotagem, por causa de um erro nosso se transformou em perda de tempo e como conseqüência o não cumprimento do objetivo traçado para esse dia: chegar a Medellin. Na saída de Cartagena perdemos quase uma hora devido ao trânsito caótico dessa cidade. Vencida essa dificuldade partimos para o nosso objetivo. Logo à frente surgiu uma bifurcação e ambas as estradas dariam no mesmo lugar, com uma grande diferença, uma das estradas é boa e bem sinalizada e a outra está em péssimas condições de conservação. Não paramos para perguntar e aí deu tudo errado, pegamos a estrada pela qual jamais deveríamos ter passado. E tome asfalto irregular, sem acostamento, muito esburacado, lama, trechos totalmente de terra e chuva.
Estão pensando que acabou? Quando a buraqueira ia chegar ao final descobrimos que a estrada estava fechada. Uma comunidade rural por nome Macaron fechou a via porque estava há 3 dias sem energia e só abriria a barreira de árvores e pneus queimando depois da energia religada. De nada adiantou argumentarmos que éramos estrangeiros e nada tínhamos com isso, tivemos que esperar 4 horas até que a coisa se resolvesse e aí todo nosso planejamento já tinha ido de água abaixo.
Resolvemos pilotar até o anoitecer e fomos dormir em hotel ao lado de um posto de gasolina numa cidade chamada Taraza. Bom hotel, boa comida e bom sono.Dia 04-09. Vamos tirar o atraso, queimar Medellin, chegar cedo a Bogotá e com pouco trânsito. Outro engano. A partir de Taraza tínhamos menos de 600km para percorrer e um dia inteiro pela frente, pois saímos antes da sete da manhã, só não contávamos com um detalhe importante para o nosso dia: a Cordilheira dos Andes.
Nessa região da Colômbia quando se pergunta a alguém quantos km para algum lugar eles respondem: “em km não sei, só em horas de viagem”. Eles tem razão, pois as condições da estrada e o tráfego de caminhões são determinantes para o desenrolar da viagem, além de outro fatores como chuva e quantidade de óleo na pista. Resumindo: gastamos 14 horas até chegarmos a um hotel em Bogotá. Aqui se mede trechos de curva em horas e desse total 8 horas foram gastas fazendo curvas, subindo e descendo. Em determinado momentos se fica tonto e o que parecia diversão no início se transforma em tensão e cansaço. As outras horas: 3 horas de paradas para comer, fotografar, abastecer e descansar e o restante de pilotagem normal, se é que se pode classificar assim. Pelo ao menos estamos economizando pneus, pois estamos gastando a sua lateral de tanto andar inclinado.
A cordilheira é muito bonita e mostra o poder da natureza. Pilotamos sem roupa de frio e a temperatura chegou a onze graus e pela primeira vez usei o aquecedor de punhos da BM. Gostaria de ter tempo, habilidade, espaço e fotos suficientes para transmitir a vocês o que meus olhos viram.
Obs: Desculpem-me a confusão da ultima postagem, já fiz a correção.
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