segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MAIS 700 Km EM NOSSA JORNADA. NADA É FÁCIL POR AQUI.

Dia 11-09. Sobe, sobe, sobe e a temperatura desce até 6 graus. Desce, desce, desce e a temperatura sobe até 20 graus. Esta foi rotina do dia de hoje, mesmo assim ainda não utilizamos nosso arsenal contra o frio, em compensação as manoplas aquecidas estão em alta. Já na saída de Ambato começou a subida , o dia nublado favorecia ainda mais a baixa da temperatura. As nuvens de chuva nos ameaçaram até a tardinha, mas felizmente ficaram só na ameaça, choveu em alguns lugares antes que nós passássemos. Enquanto navegávamos nas costas da cordilheira vimos a paisagem mudar e dar lugar a pequenas propriedades agrícolas mantidas pelos nativos desta região. Este povo é bem característico e usa vestimentas que os identificam em qualquer lugar do mundo, eu os observei mas não fotografei pois eles acreditam que as fotografias roubam suas almas. Durante a travessia de uma das cidades espalhadas pelos vales da cordilheira vi o primeiro acidente de trânsito de toda a viagem até aqui. Nesses vales estão localizados desde povoados até cidades de grande porte.
Estávamos no alto da cordilheira, descemos e depois subimos.
Tabuleiro de xadrez na cordilheira, áreas de cultivo.
Na entrada de uma dessas cidades percebi uma série de barracas com uns leitões enormes sendo assados inteiros e de uma forma totalmente diferente do que fazemos aí no Brasil. Eles assam os ditos usando um maçarico a gás.Não resisti, parei  e fui fotografar e conversar com as pessoas de uma dessas barracas. Terminei almoçando ali mesmo e comento um pedaço do porção acompanhado de banana frita e milho torrado. Não gostei do milho. O Wyle ficou só olhando, tendo em vista que não come carne vermelha.
Vamos comer um desses lá em Oeiras.
Apesar do trio, curva, subida e descida, continuarem nos acompanhando, agora há algumas diferenças: estrada excelente até as quatro da tarde e poucos caminhões trafegando, o que nos permitia andar um pouquinho mais rápido. Eu acredito que o trânsito ficou bem mais leve em função de ser domingo e eles parecem respeitar muito este dia e utilizá-lo para reunir a família e passear, pelo ao menos foi essa a minha impressão.  O bicho pegou quando decidimos chegar ainda hoje à fronteira. Eram 16h, estávamos numa cidade chamada Loja(Lorra), e faltavam 200km. Depois de alguns atropelos e erros no trânsito saímos de Loja quase às 17h. Até escurecer, apesar da estrada neste trecho estar bem deteriorada, as coisas andaram com relativa facilidade, mas quando escureceu as irregularidades da pista e os buracos aumentaram, o que nos obrigou a andar mais devagar ainda, em torno de 40/50/60 km/h. Terminamos chegando à cidade fronteiriça do lado equatoriano, Macará, às 21h, cansados e tensos pelas 14 horas de pilotagem. Um dia que tinha tudo para ser somente prazeroso terminou sendo sofrido e cansativo. Amanhã cruzaremos a fronteira com o Peru e completamos mais uma etapa da nossa viagem.
Nosso hotel em Macará. Observem as princesas lá no cantinho.
O Equador é um país pequeno e pobre mas o mais organizado dos três que passamos. O povo é muito receptivo, educado e prestativo, levamos uma boa impressão dessa terra. Quando nos identificamos como brasileiros recebemos um belo sorriso e ficam muito admirados quando respondemos suas perguntas a respeito de nossa viagem. Ah, os 200 km de estrada com piso irregular e esburacada não desqualificam as excelentes condições das demais estradas que percorremos. A situação dessa estrada ainda é muito melhor que o trecho de estrada que liga Manaus a Boa Vista. Não posso esquecer de avisar que estou deixando todos os buracos para trás, a roda da BM não agüentaria outra pancada daquelas.

2 comentários:

  1. Aê Verô, estou aqui acompanhando essa maravilhosa aventura desde o começo e já me preparando psicologicamente pra uma grande aventura dessas pra fora do Brasil. Quando estiver pronto vou pegar as dicas com vc, quem sabe não se anime e siga comigo. Grande abraço a vc e ao Willy. Ass.: Marquinho

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  2. Ah, se for fazer realmente o porcão em Oeiras chame que aparecerei lá de motoca, desde que já tenha me recuperado da cirurgia que fiz no joelho.

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